quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Inutilidades

Inútil é essa vida em prosa
Em que nem mesmo a rosa
tem significado algum.

Inútil é ser mais um
comprador e vendedor
de carne, droga e amor,
de armas, arroz e feijão,
sorrisos, apertos de mão
e aparelhos de celular.

É tão inútil garimpar
no coração do poeta
aquela palavra certa
feita de sangue e mar

É inútil essa ferida
latejante em meu calcanhar
doendo em minha vida.

É um céu de tão azul
ficar vermelho no fim da tarde.
É o olho de Christine
tão branco, cheio de sal.

Inútil é toda a letargia
de um mundo sem poesia.

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