Às vezes, quando volto pra casa mais baixo que de costume, penso no que sou: a soma de minhas falhas, a sombra do que poderia ter sido e que desfiz como gelo a derreter-se na pia.
Deixei que o acúmulo dos detritos depositados no Capibaribe e o esgoto do Beberibe, na linha da água e no anzol, alimentassem as estruturas desse meu corpo de sal.
Tornei-me esta poluição, esta fumaça de mim mesmo sufocando os carros.
Esta piada tão batida e mal contada que não causa nem sequer indiferença.
No hoje, sou apenas a frustração, a mágoa, o rancor... Poeta não, que é palavra desonesta.
2 comentários:
Muito bom!!!
Com honestidade.
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