segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Poema Mortal

Há o poeta que escolhe viver
a beleza do esquecimento
na sina de se dissolver
na frágil corrente de vento

ou na terra que há de comer
seu fígado, olhos e dedos
ou na traça que vai corroer
os seus pensamentos e versos

que farão com simplicidade
o que já fizeram a tantos
com o correr veloz da idade
calarão seus mais belos cantos

Para tornar-se só um a mais
destes tantos outros não lidos,
mas não em desgastados jornais,
será só Kbytes perdidos.

5 comentários:

Unknown disse...

Ficou bom demais, sobretudo o final! Parabéns!

Fred Caju disse...

"Há o poeta que escolhe..." Será que se escolhe mesmo? Por muito tempo achei que sim.

Lucas Holanda disse...

Não sei se escolhe ou não o esquecimento. Sei que pode ou não aceitá-lo como possibilidade. Se aceita, ele se distancia mais e mais da inteligência dos BBBs.

Bruno Gaspari disse...

Sensacional meu irmão, parabéns!

Grande abraço Õ/

Maria da Fonte disse...

Lindo, muito lindo mesmo. Abraços