A transpiração nas horas insones
do mormaço que antecede a chuva
nas madrugadas quentes – entrecortadas –
Sem náusea, sem vento, só o ventilador gira ...
Controlado pelo medo das próprias janelas
Fechadas pelos demônios
que permaneceram do lado de fora
Golpeando-a: “Deixa-me entrar!!!”
Quando me escondo, em meu peito desnudo,
suado e sem lençóis, os dedos tocam a face,
a boca seca e a voz pela metade contestam:
“Não há o que ver aqui, amigo,
Só as hélices que circulam sobre minha cabeça”
"Deixa-me ver também as hélices”
“Mas para quê?
Se há tanto vento e vida ai fora!
Fica aí mesmo!
Aqui dentro estou preso!
Há grades em minhas portas,
Me escondo nessas paredes,
Fiz de mim, meu próprio exílio...”
“Tu não entendes a solidão,
Ainda tens as hélices...!”
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