à Miguel
Há aviões no teto da sala
e trens a traçar suas próprias ferrovias
nos rejuntes da cerâmica.
Há um doce caos que faz de todos,
super-heróis, robôs,
espaçonaves, tambores,
animais de estimação,
telefones celulares
e ímãs de geladeiras em formato de pássaros
iguais cidadãos da mesma metrópole:
uma imensa conurbação de sentidos e sentimentos,
num ciclo quase hindu de construção e destruição
- e renascimento.
Nascem novas possibilidades,
além do que me é permitido conceber
com minha percepção de homem.
Não adianta chorar em cima do leite derramado
que transformou todas as cores num imenso rio branco
desmanchando o sonho como se fossem biscoitos
dissolvidos num copo de solidão e desespero.
E entre as cabeças de monstros e ursos de papel machê
que povoam os nossos maiores medos,
ouve-se de muito longe, lá do fundo da memória,
um clarim anunciando a alvorada,
que traz novamente a tona um único pedido,
a tese final dos desejos mais íntimos:
Um comentário:
O final, sobretudo, é ótimo! Todo meundo que se interessa pelo bom da vida, quer carnaval!
Postar um comentário