segunda-feira, 30 de abril de 2012

Pus à mesa


Hoje, drenei de mim estas poucas palavras
como faço quando extraio esporadicamente
o cisto abaixo de minha orelha esquerda.
Espremi tudo o que podia até sentir-me dolorido e seco.

Vendo, agora, os resultados de minhas extrações,
colocando-as uma ao lado da outra,
na mesma mesa em que escrevo e me alimento,
não posso deixar de notar
que tudo o que toco em mim,
mais cedo ou mais tarde, infecciona.

3 comentários:

Anônimo disse...

O poeta e a sina de remoer palavras, cavar cicatrizes.
Ótimo poema, Lucas.

Abraço.

Unknown disse...

Muito bom Lucas! Bom pra caramba!

Cris de Souza disse...

Gostei e muito!

Leitura que é leitura não deve ter contra-indicação.